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SESSÕES DE CINEMA

Entre as diversas atividades que o Journeying the Screen promove incluem-se seis sessões de cinema cujo propósito central é o de servirem de estímulo ao preenchimento de um inquérito que é disponibilizado em cada uma das sessões e que visa medir o impacto do cinema nos espectadores e nas espectadoras. Na última sessão será passado um segundo inquérito cujo propósito será o de verificar qual dos filmes escolhidos foi o mais motivador no que toca à escolha de um possível, ou presumível, destino para uma futura viagem.

Com este propósito em mente foram escolhidos, com a colaboração da experiente equipa de programação do cineclube de Tomar, seis filmes de géneros diversos. No primeiro caso, optou-se por um mais óbvio “filme de viagens”, de registo cómico, -— A Viagem a Itália (2014) de Michael Winterbottom — a fim de dar início ao ciclo e atrair o máximo de público possível. A segunda sessão já contou com o registo mais melancólico e o ritmo mais lento da realização de Jim Jarmusch, Paterson (2016). Para a terceira sessão selecionou-se o aclamado documentário de Agnès Varda e de JR, Olhares, Lugares (2017) cujo tema, coincidente e convenientemente, vai ao encontro de um dos propósitos deste projeto, ou seja, a revitalização e afirmação de zonas mais vulneráveis ao risco de êxodo populacional por força da sua localização geográfica, da escassez de serviços e de recursos convencionais, e, em consequência, de baixa atratividade turística. Este documentário foi alvo de um comentário inicial feito pelo Sociólogo Paulo Peixoto que desmistificou o preconceito de que este género de territórios são alvo e enfatizou o potencial que estes podem oferecem caso sejam olhados com uma perspetiva criativa e produtiva.

Numa nota radicalmente diferente das anteriores, selecionou-se a comédia negra Sightseers (2012), do realizador britânico Ben Wheatley para figurar em quarto lugar. A escolha de um registo onde a estética do macabro contrasta com o bucolismo e sublimidade das paisagens do norte de Inglaterra permitirá apurar qual o impacto desta disparidade no público.

Ainda que o tema da viagem seja comum a todas as escolhas feitas, optou-se for forçar a tónica no quinto filme exibido uma vez que este lida igualmente com o tema da viagem interior. O filme escolhido foi Por Aqui e Por Ali (2015), de Ken Kwapis, e foi comentado pela Prof.ª Madalena Teixeira que chamou a atenção para o tópos viagem como algo recorrente na história da humanidade e que funciona como metáfora da busca de identidade dos indivíduos, ou seja, como um processo de autoconhecimento.

Para encerrar este ciclo escolheu-se Além da Estrada (2010), do realizador brasileiro Charly Braun. Um road movie que transportou o público pelas paisagens uruguaias assim como pelas convenções deste género cinematográfico. O comentador convidado para esta sessão foi o especialista em Estudos Fílmicos, mais concretamente em road movies, José Duarte, que guiou o público pelo simbolismo das diversas etapas da viagem empreendida pelas duas personagens principais.

Como forma de integrar os/as alunos e alunas do primeiro ano de Gestão Turística e Cultural (GTC) nesta atividade, estes/as foram convidados a produzir um comentário acerca do filme que lhes foi atribuído onde, de alguma forma, estabelecem a sua relevância no domínio do turismo. Comentários esses que podem ser consultados na secção Projectos dos Alunos deste blog. De mais a mais, e como forma de estimular o consumo de cinema numa sala concebida especificamente para esse propósito, estabeleceu-se que todos os elementos da comunidade IPT (alunos/as e funcionários/as) teriam acesso grátis a todas as sessões deste ciclo. Deste modo, não só conseguimos que pessoas que raramente vinham ao cinema passassem a fazer dessa atividade um hábito mais regular, mas também valorizámos o contributo cultural do Cineclube na cidade tornando o seu trabalho mais conhecido e despertando uma parte da comunidade local para a sua existência.

Parceiro 
 Plano Extraordinário - Cineclube de Tomar
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